Brasil

Salvador é onde mais se compra alimentos em farmácias

09 de Abril de 2013 - Piatã

Para 85% do baianos, as farmácias são vistas como minimercados, lojas de cosméticos ou loja de conveniência, diz pesquisa

Faltou refrigerante, sorvete ou tintura de cabelo? Precisando comprar uma sandália, bola de futebol, calcinhas? Corra para a farmácia mais próxima e resolva seu problema! Sim, todos os itens listados acima são possíveis de se encontrar nas farmácias de Salvador. Esses e mais alguns, tão inusitados quanto.

Enquanto para o dicionário Aurélio, farmácia é o “estabelecimento onde se preparam e vendem medicamentos”, para o baiano é o estabelecimento onde também se preparam e vendem medicamentos. Para 85% deles, as farmácias são vistas como minimercados, lojas de cosméticos ou loja de conveniência, segundo uma pesquisa realizada pelo Datafolha/ICTQ - Pós Graduação para Farmacêuticos em 12 capitais brasileiras. Apenas 15% dos entrevistados disseram enxergar as drogarias como um estabelecimento de saúde.

Salvador também é a capital onde mais se consome alimentos e bebidas nas farmácias. Segundo o levantamento, 14% dos soteropolitanos compram esse tipo de produto nas drogarias, o dobro da média nacional, que é de 7%. Outros 38% disseram comprar cosméticos e 25% produtos de higiene pessoal. A capital baiana também é onde a população menos compra remédios nesses estabelecimentos: 82%, contra 88% da média nacional.

“O cliente vem comprar um remédio, aproveita e leva outra coisa. Os itens de perfumaria são os que mais saem”, contou o vendedor Nascimento Santos, da Farmácia Sant´Anna do Canela. Por lá é possível encontrar leite em pó, mamadeira, esmalte, tintura de cabelo, balas e biscoito recheado.

São produtos até convencionais se comparados às opções da Pague Menos da Marquês de Caravelas, na Barra. Além de todas as mercadorias já citadas, lá o cliente também encontra Nescauzinho, pilha, papinha de bebê e até lib (sutiã adesivo que não aparece em roupas decotadas). A gerente Márcia Santos acha pouco. “A gente já vendeu até Miojo aqui”, ri.

Segundo ela, a venda de produtos não relacionados à saúde surgiu de uma demanda dos próprios clientes. “O pessoal chegava aqui pedindo. Tem gente que vem aqui só para comprar essas coisas, porque a fila do mercado é muito grande”, conta. A farmácia fica em frente ao Bompreço, mas muita gente prefere pagar um pouco mais para evitar o estresse.

“Estou de passagem, mas deu fome. Aí eu comprei isso aqui”, explicou o estudante João Pedro Militão, que segurava uma lata de guaraná e um pacote de biscoitos Passatempo. Os produtos foram adquiridos na farmácia Drive Thru, na Graça, onde também são vendidas maquiagem e palmilhas esportivas.

Tendência

O diretor executivo do ICTQ, Marcus Vinicius Andrade, diz que o movimento das farmácias diversificarem seus produtos é uma tendência nacional. “No início do século passado, a farmácia era consultório médico, e onde se fabricavam os remédios. Mas isso foi evoluindo com a legislação e com a chegada das grandes redes farmacêuticas”. Segundo ele, vender outros produtos foi uma maneira que as farmácias encontraram para reequilibrar as receitas e despesas.

Por causa disso, as associações de farmácias lutaram quando, em 2009, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) restringiu a venda em drogarias a medicamentos, cosméticos, produtos de higiene pessoal, plantas medicinais e alimentos específicos para dietas especiais. Em 2010 os representantes do setor conseguiram na Justiça autorização para a venda de itens de conveniência. Mas só por um tempo. Em teoria, a venda de produtos não relacionados à saúde continua proibida. “Mas a fiscalização não é eficiente”, diz Marcus.

O vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos da Bahia (Sincofarma), Carlos Andrade, defende que a agência não interfira nessa questão. “Quem tem que decidir o que quer comprar na farmácia é o cliente. Quem manda no mercado não é o dono do estabelecimento, é o consumidor”, afirma.

Segundo ele, esse é um caminho sem volta, uma tendência do mundo inteiro. “Antigamente, só se comprava remédio na farmácia. Hoje temos um modelo americano, a drugstore. O sentimento de farmácia mudou e não tem por que a gente não acompanhar isso”, completa.

A pesquisa também mostrou que os produtos que mais chamam atenção nas farmácias de Salvador ainda são os medicamentos, com 55% das respostas. Em seguida, vêm os cosméticos (21%), produtos de higiene pessoal (18%) e alimentos e bebidas (6%). Não há nenhuma referência a bolas de futebol ou calcinhas.

Em outro item, 97% dos soteropolitanos disseram achar importante ou muito importante a presença de um farmacêutico nas drogarias. A pesquisa ouviu 1,8 mil pessoas em 12 capitais brasileiras, três delas do Nordeste: Salvador, Recife e Fortaleza. Segundo o diretor Marcus, as entrevistas foram feitas de forma aleatória, em lugares de grande fluxo de pessoas.

Fonte: Correio

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