Temer assume governo federal interinamente após votação que definiu abertura do processo do impeachment.

O vice-presidente, Michel Temer(PMDB)
Considerado o principal cacique do PMDB, Michel Temer é filiado à sigla desde 1981 e assume a presidência da República por até 180 dias diante do afastamento da presidenta Dilma Rousseff, que responde a processo de impeachment no Congresso Nacional. O distanciamento da chefe do Executivo foi definido após votação, na madrugada desta quinta-feira (12), no Plenário do Senado Federal, e referendada por 55 senadores.
Aos 75 anos, Temer é filho de libaneses e caçula de uma família de oito irmãos. Paulista de Tietê, o professor de direito e advogado comanda a máquina peemedebista e conta com a representatividade das maiores bancadas da Câmara dos Deputados (68) e do Senado Federal (18). Ou seja, dos 594 parlamentares no Congresso Nacional, 86 são peemedebistas, o que equivale a 14,47%.
Mas não é só no governo federal que os números peemedebistas são expressivos. Nos estados, o PMDB elegeu sete governadores e quatro vice-governadores, dentre as 27 unidades da federação – o que equivale a 25,92% –, além de 996 prefeitos e 142 deputados estaduais.

Michel Temer em 1964
Advogado formado pela Universidade de São Paulo (USP), constitucionalista e estudioso das questões jurídicas, Temer escreveu várias obras sobre direito, entre elas “Elementos do Direito Constitucional”, referência nas faculdades de Direito. Em 1987, participou da Assembleia Nacional Constituinte. Após o episódio, foi reeleito deputado federal e exerceu seis mandatos – todos pelo PMDB.
Licenciou-se do Poder Legislativo somente para assumir, pela segunda vez em sua carreira, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. O episódio ocorreu na gestão do ex-governador Antônio Fleury Filho, quando Temer recebeu a missão de debelar uma das maiores crises da segurança pública paulista, deflagrada com a chacina dos 111 presos do Centro de Detenção do Carandiru, na capital paulista.

Michel Temer iniciou sua carreira no governo de Franco Montoro em São Paulo, como procurador-geral do Estado e secretário de Segurança Pública. Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo - 30.5.1984
Na Câmara dos Deputados, Michel Temer foi eleito três vezes para Presidência da Casa (1997, 1999 e 2009). Na condição de presidente, assumiu a Presidência da República, interinamente, por duas vezes: de 27 a 31 de janeiro de 1998 e em 15 de junho de 1999.

Eleito deputado federal em 1986, Temer se licenciou em 1992 para reassumir a secretaria de Segurança após o massacre do Carandiru. Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo - 16.11.92
Em 2009, o Departamento Intersindical de Assistência Parlamentar (Diap) apontou Temer como o mais influente congressista. Já em 2011, Temer assumiu a Vice-Presidência da República no primeiro governo Dilma. Cargo que ocuparia pela segunda vez a partir de 2015.

Em 2001, após dois mandatos à frente da Câmara, Michel Temer apoiou Aécio Neves (PSDB-MG) como sucessor e se elegeu presidente do PMDB. Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo - 22.01.01
Enquanto na primeira gestão o papel desenvolvido por Temer no Executivo não foi marcado por episódios de destaque, no segundo mandato o peemedebista passou a figurar com um pouco mais de espaço, chegando a assumir, inclusive, a articulação política da gestão Dilma.

Em 1º de janeiro de 2011, Michel Temer assumiu o cargo de vice-presidente da República, ao lado da presidente Dilma Rousseff. Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo - 01.01.2011
No fim de março deste ano, no entanto, o PMDB oficializou o rompimento com o governo petista. Os sinais de afastamento, no entanto, começaram antes. Um dos momentos mais marcantes dessa distância tornaram-se públicos depois que o vice, Michel Temer, enviou uma carta com uma série de descontentamentos para a presidenta. O documento se tornou público, e ambos acabaram abafando o impasse.
Com informações da EBC